FRANKENSTEIN (MARY SHELLEY) Pedi eu, ó meu criador, que do barro me fizesses homem? Pedi para que me arrancasses das trevas?” (Milton - O Paraíso Perdido). Frankenstein, romance escrito no século XIX por Mary Shelley é um trabalho de grande tapeçaria literária, com referências a Milton e a outros grandes clássicos da literatura universal. Victor Frankenstein, um estudante de medicina, revoltado diante da morte de sua mãe, isola-se do mundo e, obstinado, parte para a busca do ideal humano: a imortalidade. A entrega a esta busca o faz criar e dar vida à criatura, protagonista do romance. Contudo, tal criatura possui estatura gigantesca e marcas profundas oriundas das várias cirurgias que seu criador o submeteu. Pior que isto, não recebe nenhum nome, perdendo qualquer possibilidade de conseguir enquadrar-se socialmente. Não sendo capaz de entender as vinculações de sua ação, o criador, abandona a criatura, afastando-o de qualquer elo afetivo. Totalmente sozinho, e à margem da sociedade, esconde-se de tudo e de todos e, nesta postura solitária, aprende o mundo através dos livros. Determinado, a criatura, adotando o nome de seu criador – Frankenstein – determina-se ao aniquilamento de ambos e começa seu intento pelo assassinato dos entes mais queridos de seu criador: irmão, amigos e noiva. Frankenstein é assim: um livro que fala da alma humana. É impossível lê-lo e não se identificar com todos os personagens que o constroem. Revolta, amor, morte, dor, família, amizade, preconceito, desprezo, solidão e vingança são os ingredientes principais desta obra imortalizada pelo tempo. Com certeza, Frankenstein vai seduzir você. “Lembra-te de que fui criado por ti, eu devia ser o teu Adão, porém sou mais o anjo caído, a quem ser o Adão, a quem tiraste a alegria, por crime algum cometido. Por toda a parte vejo reinar a alegria da qual estou irrevogavelmente excluído. Eu era benévolo, bom; a desgraça tronou-me um demônio”. (Mary Shelley – Frankenstein).
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