Samuel Buttler disse uma vez:
"Ninguém nunca ouve a versão do demônio, porque Deus escreveu todos os livros. Os seguintes retratos do hospedeiro negro podem de alguma forma quebrar esse monopólio. A queda dos anjos rebeldes é um assunto que padres e teólogos tem se esforçado muito para distorcerem. A lenda inteira não passa de uma longa e convencional história."
UM VELHO CONCEITO
Os antigos hebreus atribuíam tudo o que acontecia, seja no céu ou na terra, à um único deus. A evolução de uma poderosa força maligna que era oposta ao Deus Bom, apenas começou duzentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo.
O Velho Testamento de Deus não descreve esses tempos. Ele era sempre o único responsável por tudo o que ocorria no universo, como a divindade indiana, Shiva, camuflando a criatividade e a destruição em um indissolúvel princípio.
Isto é claramente estabelecido em Isaias 45:7 quando Deus diz "Eu formo a Luz e crio as Trevas; eu faço a Paz e crio a Maldade." Mas gradualmente no segundo século depois de Cristo, os hebreus trocaram sua fé de um deus ambivalente, por um deus somente bondoso.
Contudo, houveram muitas variações neste tema, uma crença em um Mal à parte gradualmente se desenvolveu. Este princípio maléfico é completamente distinto da vida, sendo totalmente oposto e alienado da benevolência natural do Todo-Poderoso.
Isto criou um dilema óbvio: Como uma Divindade bondosa que criou a tudo e a todos, incluiu em sua criação um oponente igualmente poderoso que sempre procurou superá-Lo? O resultado foi uma tensão paradoxal ao conceito de um único divino princípio básico em que o cosmo é dividido em dois: o Bom e o Mal.
Enquanto os rabinos tentavam livrar o Judaísmo de antigos conflitos, hoje em dia a doutrina da Igreja Cristã continua turva perante o crescimento de duas idéias essenciais e incompatíveis. E como uma sombra no centro do ciclone está o anjo negro.
A idéia de um mal à parte e dos Anjos Caídos não aparecem no Velho Testamento. Contudo encontramos o há-satan, "O Adversário". Ainda assim havia um substantivo comum que simplesmente significava "um oponente". Era possivelmente o título de um cargo que prossegue nas leis atuais, melhor do que qualquer nome de alguma personalidade diabólica.
O número exato de anjos que são conhecidos por terem se rebelado e foram punidos está no Livro dos Segredos de Enoch. Portanto existe um cânon à parte. Mas na época em que o Novo Testamento foi escrito, a influência de Enoch foi sigilosamente absorvida nas idéias dualistas do persa Zoroaster.
A noção de um hospedeiro caído foi escondida - pedra no dogma cristão. Em Revelações João de Patmos aponta um dedo sem hesitar para Satã, o velho dragão, "E sua cauda desenhou a terceira parte das estrelas (Anjos) do Paraíso e lançou-os na terra..., e Satã que iludiu o mundo inteiro; também foi lançado à terra e os Anjos o proclamaram." João nomeia o indivíduo específico de Satã, que a essa hora é claramente sinônimo do adversário acima citado.
No Velho Testamento a história de Jó não era nem boa muito menos perversa, mas no segundo século depois de Cristo tornou um símbolo de Maldade. Durante os dois seguintes milênios o Príncipe das Trevas solitário foi identificado como Azazel, Mastema, Beelzebub, Beliel, Duma, Sier, Salmael, Gradeel, O Anjo de Roma, Samael, Asmodeus, Mephistopholes, Lúcifer e na tradição Islâmica como Iblis.
Ele também atraiu um número de títulos populares atribuídos ao terror comum que ele provoca dentre eles Capeta, Diabo, Satanás, etc.
A INVENÇÃO DO INFERNO
A idéia de uma forma totalmente demoníaca de um anjo caído foi muito longe da experiência de Enoch de uma gigantesca Grigori. A superestrutura maligna e demoníaca com seu Inferno inteiramente localizado longe dos Pacíficos Portões do Paraíso, é relativamente uma invenção cristã.
Enquanto o conceito de demônios e criaturas monstruosas não foi inteiramente criado na Idade Média, os escritores daquela época certamente relacionaram tais criaturas com o Judaísmo. A inconsciente e negra Europa tinha uma imaginação extraordinária. Era uma era de magia e uma nova preocupação com os mistérios da Alquimia, a Kabbalah e certas áreas de conhecimento que depois se tornariam a proto-ciência.
Em tal atmosfera ambos Anjos e demônios foram invocados por praticantes Sagrados e diabólicos. Os pentagramas secretos abriram-se para revelar o pesadelo de legiões de anjos e demônios de uma coletiva, negra e inconsciente que vomitaram diante de torres majestosas no céu e escuridões profundas.
Para entender a natureza dos anjos que habitam os Reinos dos Trevas, é melhor examinar o retrato da entidade que é o mais enigmático e surpreende anjo de todos - SATÃ. O Inferno é inseparável do Maligno. Essa entidade negra é a antítese completa do arcanjo Miguel. Em algumas tradições o Príncipe do Mal olha através de um espelho negro e o reflexo é seu irmão gêmeo, CRISTO. Não há dúvida que sem o Demônio não haveria necessidade de um Cristo.
Conhecido como Lúcifer, Sammael, Mastema, Beliel, Azazel, Beelzebub, Cadreel, Sier, Samael, Mephitopholes e Asmodeus. Muitas autoridades concordam que ele era o único e mais poderoso dos Seraphins, vice-rei ou regente de Deus. Na sua forma original ele é descrito como tendo doze asas. Gregório de Nazianus diz que antes de sua queda ele usou os demais Anjos "como se fossem roupas, obtendo conhecimento e glória."
Mesmo São Jeronimo nos disse que este poderoso anjo um dia será recolocado em sua esplendorosa posição original. Parece conveniente que este Príncipe das Mentiras e Decepções deva se esconder atrás de muitos nomes. Ainda Satã em todos os seus aspectos combina muitas divindades.
Ele tem os chifres, as pernas peludas, cascos e o formidável rigor da antiga e luxuosa divindade da Terra da Madeira, Pan. Ele tem um temível tridente de Deus do Mundo Inferior; a serpente na forma de Leviatã (Apollyon) e as seis asas do incrível Babiloniano espírito Guardião.
Ele é o Malígno e a única Maldade que reúne os sete pecados capitais em um ser:
1. O Orgulho de Lúcifer;
2. A Avareza de Mammon;
3. A Ira da Satã;
4. A Luxúria de Asmodeus;
5. A Gula de Beelzebub;
6. A Vaidade de Leviatã;
7. A Preguiça de Belphegor.
Ele também já foi encontrado atrás de outras máscaras e identidades. Aqui estão apenas algumas tiradas dos arquivos policias do Paraíso:
Esse era o nome hebreu de Apollyon, o anjo do Poço sem Fundo. Os hebreus emprestaram dos babilonianos sete modelos de camadas para o mundo inferior para criar a Gehenna, cujo Príncipe das Trevas é também nomeados Arsiel. Isso significa "Sol Negro", o sol negativo e anti-matéria. No poço central no fundo de uma das camadas vive o anjo serpente Apollyon, o Deus grego do Sol caído, Apollo, Rei dos Gafanhotos Demoníacos.
Ele é muito esperado pelas poderosas divindades pagãs que são encontradas no Inferno. A igreja estava preocupada em dizer pela Bíblia de que não existia um mal. Isso significa que os mais reais e interessantes personagens são encontrados nas regiões infernais.
Este nome é de origem Siméria (SAM siginifica veneno, portanto SAMMAEL significa Aquele Brilhante e Venenoso). Ele é também o Anjo da Morte. Um título especialmente dado à ele como Chefe dos Satãs. Uma explicações para isso pode ser encontrado em Enoch I, onde o escriba registra o relato da primeira testemunha ocular que encontrou o Senhor (En XL:6). Neste encontro Uriel está "discutindo contra os satãs e recusando dar à eles a permissão de ficar diante do Senhor para acusar aqueles da Terra".
No contexto desta passagem, Enoch parece estar se referindo aos satãs como algum tipo de Forças da Lei. Seu papel era de uma polícia angelical que se tornaria pior que a Gestapo e que Enoch chamaria Sammael de Chefe dos Demônios. Conhecido como a grande serpente de doze asas que o perseguiu no Sistema Solar, ele também é acusado de ser a mesma serpente que tentou Eva.
Ele não apenas tentou nossa ancestral mas fez também com que Caim cometesse o crime. Isaías visitando o Paraíso viu os hospedeiros de Sammael brigando e atacando uns aos outros. Cães uivam na noite quando Sammael voa como um pássaro por entre a cidade.
O Príncipe-Comandante de Sheol (parte das regiões infernais).
Beliar significa sem valor. O próprio Beliar nos diz no Evangelho de Bartolomeu que "Em primeiro lugar eu era chamado Satanel, que era interpretado como mensageiro de Deus, mas quando rejeitei a imagem de Deus, meu nome foi mudado para Satanás, que é o anjo que guarda o Inferno". Ele não pode resistir a tentação de gabar-se, "Eu era o primeiro dos anjos".
Miguel supostamente era o segundo, Gabriel, o terceiro, Uriel, o quarto, e Raphael, o quinto. O orgulho desse anjo era verdadeiro, pois seus irmãos são conhecidos com Anjos da Vingança.
Originalmente Belzeebub era uma divindade Canaanite.
Seu nome significava "Senhor da Casa". Em muitas religiões antigas ele voava perfurando almas a havia uma crença popular de que as mulheres eram criadas por seus vôos. Seu nome em grego significa borboleta.
Como "Senhor dos Vôos", Belzeebub foi o Senhor das Almas. Sem fazer distinção, ele era considerado como o mal-encarnado, Senhor do Caos e chefe dos Demônios por ninguém menos que três dos apóstolos. Cristo supostamente deu o domínio do Inferno a Belzeebub por ajudar na evacuação de Adão e os outros santos durante o tormento do Inferno. Satã recusou deixá-los ir, mas pode ser que o Príncipe da Decepção, que deve ter realizado oposição ao Salvador, por fim pode salvar mascarando-se de Senhor dos Vôos.
George Gurdjieff fez de Belzeebub um extra-terrestre que está mofando em um tedioso exílio, longe da Presença de Seu amado Infinito, e faz da Terra seu estudo particular. Johann Weyer em seu livro Pseudographica Demonica faz dele o Senhor Supremo do Mundo Inferior e grande Pai do Vôo.
De acordo com Enoch, Azazel era outro dos Vigilantes caídos, outras fontes consideram-lo chefe dos Grigori. No conhecimento oculto ele é o demônio com sete cabeças de serpente, cada uma com duas faces. Ele é também conhecido por ter doze asas.
De acordo com os conhecimentos rabinos e os islâmicos, Azazel foi quem recusou reconhecimento e reverencia à Adão quando esse primeiro humano foi apresentado no Paraíso. Foi ele que originalmente que lançou a famosa questão, "Por que o Filho de Fogo deveria se curvar ao Filho de Argila?". Como nós sabemos, obviamente, Deus interviu por Adão.
Mastema é uma palavra hebraica para "animosidade", ou "adversidade". Este é o anjo da acusação, o tentador e executor, ele fez uma tentativa sem sucesso contra a vida de Moisés. Foi ele que endureceu o coração do Pharaó e foi um instrumento para ajudar os magos egípcios contra os Israelistas.
Ele abateu os primogênios do Egito e apareceu como a primeira nomeação e separação de mal'ak, ou Sombra de Deus.
Fonte:Imagick.org.br
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